quando os rios se cruzam

«Durante anos, imaginei o que aconteceria quando contasse tudo isto, quando cravasse a mão no peito para extrair a culpa lá de dentro. E posso concluir que foi como arrancar o meu próprio coração, com a desvantagem de continuar viva.»

Para Leonor, ir de Erasmus quis de novo, naqueles meses em Turim ficar o balão de oxigénio de que tanto comecei para se afastar da mãe controladora, talvez até libertar-se da pessoa reservada e observadora que tinha aprendido a ser em casa. Onde ninguém a conhecesse, poderia ser quem quisesse.

Na cidade italiana, ela descobre partes de si que ignorava existirem, muitas delas novas e acesas. Mas há um outro lado de si que se revela, uma parte que a envergonha e amedronta, atitudes em que não se reconhecem e cujas consequências vão ficar consigo para sempre.

Dez anos depois, mais uma vez adiar o reencontro com o passado, Leonor dá por si a revelação de uma estranha tudo o que aconteceu naqueles meses e de que forma o fogo, até então tão inofensivo, acabou por lhe deixar marcas eternas.

Depois de um romance de estreia que se tornou um sucesso imediato, Rita da Nova está de volta com uma personagem complexa em busca de si mesma, que procura conciliar as suas várias versões. Afinal, somos mais nós quando estamos juntos das pessoas que nos conhecemos ou quando estamos longe de tudo e podemos ser quem quisermos?

 

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